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'Cão de guerra': por que o pastor belga, raça do cachorro farejador Wilson, é favorito do exército

O animal, que ajudou as Forças Armadas colombianas a localizar quatro crianças na selva amazônica, está desaparecido 

RPet|André Barbeiro*, do R7

Forças Militares da Colômbia continuam em busca de Wilson
Forças Militares da Colômbia continuam em busca de Wilson Forças Militares da Colômbia continuam em busca de Wilson

O cachorro farejador Wilson, que ajudou o Exército colombiano a localizar quatro crianças que sumiram na selva amazônica, está desaparecido e sendo procurado pelas autoridades, anunciaram as Forças Armadas do país no último fim de semana. O animal é um pastor-belga, raça que a doutora Marcela Zurli Monteiro, veterinária comportamentalista do Citta Vet, classifica como "cão de guerra".

Existem quatro variedades do pastor-belga: a tervuren, a laekenois, a groenendael e a malinois, à qual Wilson pertence, segundo Gustavo Campelo, especialista em educação e comportamento de cães da Cão Ideal.

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"É um cachorro superágil, muito inteligente, que aprende tudo muito rápido e tem um olfato excepcional. Muito utilizado em operações militares, por causa de todas essas características. É um bicho que consegue ficar agressivo quando necessário e voltar a ficar 'normal' nas mãos corretas. Enfim, é um animal usado para tarefas especiais, busca e resgate, faro de entorpecentes, explosivos e pessoas. É um cão bem versátil", diz Campelo em entrevista ao RPet.

Marcela complementa e detalha o porquê de os pastores-belgas serem uma opção valiosa em operações das Forças Armadas, como é o caso do cão farejador Wilson. "É uma raça que se adapta muito bem à vida de 'cão de guerra', que é como chamamos os cachorros da área militar e policial. Porque, além dessas qualidades, ele é um pouco menor que o pastor-alemão, o que faz com que ele seja mais leve e mais ágil e tenha menos predisposição a doenças articulares, que são mais comuns em cães maiores."

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Treinados para mais de um cheiro?

Marcela explica que a maioria dos cães é treinada para reconhecer apenas um tipo de cheiro. "Normalmente, o treino de cães de trabalho policial é muito específico. Então, tem o cão que fareja bomba, outro que fareja pessoa viva, outro para pessoa morta, o que fareja a droga."

"Mas existem cães que são treinados a buscar mais de um odor. Porém, é muito seletivo esse tipo de treino. E, como o olfato é bem apurado, isso tende a minimizar o erro e ajudar a encontrar o que foram treinados para encontrar", afirma.

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Treinamento dos pastores-belgas

O treinamento de cães como Wilson é bem diferente e mais intensivo do que o de pets. Marcela afirma que, para fazer o trabalho militar, esses animais têm de ser expostos a situações não confortáveis, para que entendam que precisam ganhar resistência a certas ações humanas. 

"Treinam motivação, para que esse animal tolere levar um soco. Ele tem de aguentar. Imagine que ele está mordendo uma pessoa, que está fugindo da polícia, e ela dá um soco nele. Se for um animal muito frágil e que não esteja habituado a esse tipo de manuseio, ele pode soltar, pode ficar com medo. [Isso é] para que seja um bom cão, para desempenhar esse papel de perseguição de fugitivo ou de manejo de uma instituição prisional", exemplifica.

É possível ser tutor de um pastor-belga?

Gustavo Campelo afirma que, para ser tutor de um pastor-belga, é preciso um pouco de experiência com a raça, porque pode não ser fácil lidar com o animal. "É um cão bem difícil."

"Não é uma raça que deveria ser dada a qualquer família, porque é um cachorro que, na mão errada, pode se tornar bem instável e até bem perigoso", alerta.

Conheça o cão que ajuda nas buscas a crianças e bebê após queda de avião na selva amazônica

* Sob a supervisão de Thaís Sant'Anna

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