Muitos vídeos viralizam nas redes sociais com aves falando ou até mesmo cantando, o que gera uma dúvida sobre como papagaios, periquitos, araras, entre outros pássaros, conseguem transmitir, com facilidade, palavras dos idiomas dos humanos. Para responder a essa pergunta, o RPet buscou especialistas que explicam como é possível esses bichos imitarem a voz das pessoas.
A explicação está em um órgão que essas aves possuem, segundo o biólogo, especialista em ciências da natureza, e professor Lucas Jaques de Oliveira. "Elas têm um órgão chamado siringe, responsável pela reprodução de sons. Funciona como nossas cordas vocais e é altamente adaptado para que as aves possam se comunicar entre si e imitar sons."
Beatriz Ricci Castelan, médica-veterinária, diz que existe outra possível razão. "Algumas espécies, como o papagaio, são capazes de imitar sons humanos como forma de comunicação. Isso ocorre porque possuem em seu cérebro centros que controlam a vocalização", diz.
"Não se sabe ao certo como, mas algumas aves desenvolveram a função de imitar através desses centros. Toda a anatomia desses bichos, incluindo a língua e o bico, são partes importantes na emissão sonora", explica.
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Vitor Filiputti, professor, biólogo e administrador do canal Pido Biologia, diz que as aves aprendem a imitar pela convivência. "De tanto ouvirem o mesmo som, acabam aprendendo. Mas quando reproduzem, não querem realmente passar a mesma informação que você queria com sua fala", ilustra.
Ele lembra que os humanos reforçam a imitação com o uso de recompensas, que esses bichos acabam associando ao som emitido, mas afirma que esse prêmio não precisa necessariamente vir em forma de comida. "Um ato de carinho já funciona como um reforço positivo para que a imitação seja feita toda vez que ela quiser estar na companhia da pessoa; ou que ela quiser receber tal ato de carinho novamente", ensina.
Filiputti, por fim, lembra que as aves não podem falar. "O ato de falar é algo consciente, que possui um objetivo. As aves não possuem a capacidade de falar, mas, sim, de imitar sons", conclui.
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*Sob a supervisão de Thaís Sant'Anna