Pit bull
Reprodução/PexelsUma trend para acabar com a fama que os pit bulls têm de ser bravos fez sucesso nas redes sociais recentemente. Por isso, o RPet conversou com Werner Grau, advogado, protetor de animais e especialista em pit bulls, para ajudar a desmistificar a reputação que esses cães têm. "Não existe cachorro bravo, existe cachorro que, em razão da forma como é criado, se torna reativo", diz.
"Todo cão pode te morder, mas a mordida do pit bull causa maior estrago. A raça não foi criada com o objetivo específico de ataque, os alemães na Segunda Guerra perceberam o potencial desses cães e, aí, passaram a criá-los para serem reativos", explica o especialista.
Já Fernando Lopes, comportamentalista e adestrador de cães, diz que esses cachorros foram manipulados para o confronto. "Mas costumo dizer que o homem destrói e a natureza reconstrói, porque, apesar de tudo, ele é um cão ótimo para se ter em casa, só que o pit bull não é para qualquer um."
"A primeira coisa que tem que se preocupar é em castrá-lo, ele é um cão que tem muita testosterona. Os hormônios deles são muito apurados. Em segundo lugar, ele é um cachorro que necessita de muita atividade física", lista o adestrador.
Segundo Fernando, esses cães, muitas vezes, não são aceitos em creches para cachorros. "Eles brincam de uma maneira mais bruta. Então, as creches preferem não ter esse tipo de problema", comenta.
O adestrador fala que alguns pets precisam de mais atenção por causa do comportamento. "Optam por não ter um pit bull na creche, porque sabem que, mesmo que ele não tenha agressividade, ou reatividade, é um cão mais bruto, então, tem que ter um trabalho diferente", esclarece.
Fernando diz que os cães dessa raça são fáceis de adestrar. "Existem relatos no Canadá, por exemplo, de pit bulls que foram retirados de rinhas e, depois de um trabalho feito em ONGs, viraram cachorros terapeutas", narra.
Trend que viralizou
Reprodução/TikTokO comportamentalista ressalta que os pit bulls foram manipulados também para sentir dores e, assim, ter mais tolerância em confrontos. "Então, o cachorro é levado a uma instituição, por exemplo, de crianças especiais e, às vezes, elas não têm cuidado para mexer e acabam apertando ou puxando uma orelha. Para ele, aquilo é considerado um carinho", conta.
Já Werner se posiciona contra o adestramento. "Sou a favor de uma adaptação comportamental que não tire o jeito do cachorro, apenas põe algum limite e isso é facílimo. Ele é muito inteligente, aprende muito fácil", afirma.
Fernando diz que um tutor de pit bull tem que ser pró-ativo. "Precisa gostar de esporte, mas não, necessariamente, ser um profissional ou um personal, mas tem que liderar, principalmente no período de adolescência do cão", comenta.
Os especialistas também destacam que os pit bulls podem viver em apartamento, mas fazem um alerta. "Vai ter que sair com ele, no mínimo, três vezes por dia. Se puder, levá-lo em um parque, correr bastante, gastar muita energia e, se existir a possibilidade, colocá-lo em uma creche para socializar", fala Fernando.
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*Sob a supervisão de Thaís Sant'Anna